terça-feira, 1 de setembro de 2015

Acidentes acontecem?

Oi, gente querida! Tudo bem com vocês?

Há exatamente uma semana, terça passada, 25/08/2015, por volta das 19:45, João Guilherme sofreu um "acidente doméstico"! Não sei como, nem porque, ele simplesmente caiu "de maduro", bateu a boca na mesa de centro da sala de tv da casa da minha mãe e o dente da frente entrou na gengiva.

O acidente aconteceu no dia em que tiramos um peso enorme dos nossos ombros! No dia em que ele recebeu alta do programa do leite do Governo do Estado do Ceará por estar oficialmente curado da APLV (para saber mais sobre a alergia alimentar do João clique aqui).

Eu não cabia em mim de tanta alegria! Finalmente, meu filho estava curado! Ele mesmo chegou em casa dizendo: "Estou curado, vovô!". Falou pelo telefone: "Estou curado, papai!".

Mas, a noite, toda essa alegria desapareceu no momento em que ele se machucou! Ele estava a um passo de mim... Estávamos assistindo televisão, eu deitada numa chaise e ele em pé, hora vendo o filme, hora brincando. De repente, acho que ele resolveu se apoiar na outra chaise e caiu entre ela e a mesa de centro. Vi a queda em câmera lenta, pelo canto do olho e nada pude fazer!

Na hora eu tentei me manter o menos histérica possível! Afinal, o sangue praticamente jorrou da boca dele, estávamos só nós em casa e eu precisava agir.

Tentei colocar gelo (usando o primeiro pano de prato que vi) na boca, mas ele não deixou. Tentei olhar a boca, mas a falta do dente me deu uma aflição enorme e ele não parou de gritar. Sangue na boca, na camisa, em mim, no chão, na porta do freezer... Taquei a chupeta na boca dele (uma péssima ideia, segundo o odontopediatra, mas foi minha salvação) e ele simplesmente ficou assistindo o filme deitadinho.

Aí eu surtei! Tentava ligar para os meus pais, que estavam em um evento, e a ligação não completava. Tentava ligar para o odontopediatra, que é meu amigo pessoal, e não completava. Mandei mensagem pelo Whats App para a esposa dele, que também é minha amiga, além de dentista e mãe. Enquanto não havia resposta, consegui falar com outra amiga que também é dentista, que me pediu para ter calma, para tentar olhar na boca dele, para saber se o dente havia entrado ou caído, e, enquanto isso, ela ia tentar falar com o nosso amigo odontopediatra.

Depois disso, consegui falar com meu pai e nessa hora eu só gritava... Meu pai também pediu para eu ter calma, que minha mãe e ele já estavam a caminho.

Calma? Como assim, calma?

E, enquanto isso, João deitado estava, deitado permanecia, com a blusa toda suja de sangue, sem dente (que até então eu achava que ele havia engolido) e eu não conseguia parar de andar de um lado para o outro, de chorar, de beijá-lo e de pedir desculpas!

Sim! Eu achava que a culpa era minha! Eu pensava que devia estar com ele deitado comigo (como se ele concentrasse eu algum filme)... Pensava que devia ter levado ele mais cedo na pracinha, que assim, àquela hora, estaria dando banho nele e ele estaria se preparando para dormir... Pensava que poderia estar em nossa casa em Porto Alegre, onde a mesa de centro já havia sido encostada na parede desde o dia que nos mudamos para o apartamento...

Pensava, principalmente, em como eu deixei isso acontecer com o meu filho... Como eu deixei isso acontecer com o meu filho? Como eu deixei? Como? Como?

E assim eu permanecia, beijando, andando, chorando, pedindo desculpas e me martirizando... 

Passado uma semana do ocorrido, minhas perguntas mudaram um pouco... Hoje penso em como nós, mães, nos culpamos por tudo! Por tudo mesmo, inclusive, por coisas que não podemos evitar! Acidentes acontecem sim! Foi uma fatalidade... Nada que eu tivesse feito poderia mudar o que aconteceu com o João! Ele agora apresenta uma janelinha precoce e nós temos que monitorar o dente de leite e o dente permanente até o nascimento deste!

Mas foi só isso! Só um dente! Hoje vejo que, de fato, não precisava ter surtado! 

A única forma de evitar um acidente como esse seria se João vivesse dentro de uma bolha e, infelizmente (ou felizmente) isso não é possível!

A vida é para ser vivida! Os riscos estão aí para serem corridos! Claro que devemos nos cercar de todos os cuidados possíveis (dentro dos parâmetros de normalidade) mas não podemos viver a neura de tentar evitar "acidentes".

Podia ter sido pior? Podia! Podia não ter acontecido nada? Podia também! Entretanto, ficar pensando nisso, se culpando, se martirizando, vai desfazer o acontecido? Não!!!

Então, bola pra frente! Agradeço a Deus por ter acontecido aqui, em Fortaleza, cidade onde cresci e vivi a maior parte da minha vida. Onde conheço tudo e todos! Onde tenho grandes amigos especialistas na área e dispostos a ajudar!

Agora, uma semana depois, só consigo agradecer a Deus por não ter sido em Porto Alegre, cidade onde moramos a pouco mais de 5 meses. Lá, apesar de estar ao lado do pai do João, minha grande fortaleza em momentos de crise, não teríamos a quem recorrer. Não saberíamos o que fazer, para onde ir... Provavelmente, ligaríamos para as mesmas pessoas que liguei aqui e enlouqueceríamos até descobrir uma emergência odontológica...

Em 7 dias, passei da culpa ao agradecimento. Das lágrimas que desciam incontrolavelmente ao sorriso quando vejo a janelinha na boca do meu filho! O que posso dizer? Ele ficou mais lindo ainda! E no auge dos seus 2 anos e 9 meses, tem mais essa história para contar!

João Guilherme de janelinha na pracinha hoje de manhã.


E aí, titios e titias? Gostaram do meu novo look?

Xêru grande!

Carol Franco

3 comentários:

  1. Aí, amiga, que aperreio, senti toda sua aflição.... Deus protegeu do pior! Amém!

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  2. Ô amiga, q aflição mesmo! Ainda bem q terminou tudo bem. Ele ta mais lindo ainda de janelinha. 😘😘

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  3. Nossa que agonia ! Pior que criança, quedas e acidentendes domesticos andam lado a lado, imagino a aflição de ver o seu bem mais precioso passando por isso...só que acontece infelizmente. Ele tá lindo ! Um rapaz banguelo lindo !

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