quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O lado ruim de viver longe de tudo e de todos

Oi gente querida! Tudo bem com vocês?

Hoje o post vai ser mais um desabafo! Já ensaiei escrevê-lo várias vezes, só que não gosto muito de falar sobre assuntos "baixo astral"... Maaaaaaaaassssss como sei que muitos passam pelo que eu passo e sei que saber que não estamos sozinhos nas dificuldades nos ajuda a enfrentá-las, decidi seguir em frente  e soltar o verbo! Sintam-se a vontade para compartilhar e convidar amigos que passam por situações semelhantes a ler esse post. Para todos que estão no mesmo barco, só tenho uma coisa a dizer: tamu junto!

Há mais ou menos um mês, indo deixar o marido no trabalho após termos deixado o filhote na escolinha, Fabio me perguntou se não seria bom colocarmos o contato da minha mãe no cadastro do João na escola. Automaticamente, perguntei porque e ele disse: "Ah! Vai que acontece alguma coisa com a gente..."

Imediatamente, na minha mente acelerada e inquieta acendeu uma luz: putz! É verdade! Somos SÓ NÓS!

Porto Alegre não é a primeira cidade em que moramos SÓS! Ano passado, moramos seis meses em São Paulo, na selva de pedras, cidade fria onde cada um vive a sua vida louca e atribulada ilhado por um trânsito enlouquecedor!

Mas, incrivelmente, em São Paulo não éramos SÓS! Os padrinhos do João moram lá, a dinda é praticamente uma irmã pra mim e, além de tudo, ambos são médicos, o que nos dava uma segurança caso precisássemos de algum atendimento ou tratamento de urgência. Um amigo do Fabio desde quando suas mães estavam grávidas (eles nasceram com menos de 15 de diferença) mora lá com sua maravilhosa família (Fabio morou 8 meses de segunda a sexta na casa deles, antes de João e eu irmos pra São Paulo, então dá pra ter noção do nível de amizade).

Além disso, um casal de primos meus moravam do outro lado da cidade. Minha sogra estava a oito horas de ônibus ou duas horas de avião contando nesse tempo o percurso Petrópolis/RJ - aeroporto do Rio. Meus pais poderiam pegar um dos inúmeros vôos direto Fortaleza - São Paulo e em pouco mais de três horas estariam conosco.

Mas aqui em Porto Alegre não! Aqui não temos ninguém! Não temos melhores amigos de infância com que sabemos que podemos contar a qualquer hora do dia ou da noite em qualquer dia da semana! Não temos família por perto! Poucos são os vôos direto do Rio de Janeiro pra cá! E partindo de Fortaleza, não existe vôo direto! O tempo total de duração do vôo mais  curto (leia-se: vôo com menos tempo de conexão) é de quase sete horas.

E num dia como hoje, quando amanheci com um princípio de enxaqueca, vi que temos que pensar num plano B! Só para que vocês entendam, minhas crises de enxaqueca, quando se instalam de verdade, duram no mínimo dois dias e necessitam de intervenção hospitalar. Elas são acompanhadas de aura e a minha se manifesta com náusea, intolerância a luz e cegueira quase total! E o medo era precisar ir ao hospital e não ter com quem deixar João Guilherme!

Graças ao nosso bom Deus a enxaqueca não se instalou e não precisei viver na prática esse dilema! Mas Fabio teve que pegar João na escola e não pôde ir trabalhar a tarde. E o trabalho dele não é nada flexível com horários! Trabalhou, ganhou, não trabalhou, já sabem...

Então, situações como essas nos fazem refletir o quanto estamos SOZINHOS! Estar sozinhos, só nós três, não significa não poder nunca sair para jantar com meu marido, ir ao cinema ou a um show! Estou me referindo a contratempos reais da vida, como não ter quem vá pegar seu filho na escola caso aconteça algo com você/ seu marido ou não ter com quem deixar seu filho caso seu marido precise levar você ao hospital.

O trabalho sazonal e cada dia numa cidade do meu marido também impossibilita o estabelecimento de vínculos de amizades. Eles estão tão habituados a estar num lugar num dia e estar em outro no outro, que acabam por não desenvolver relacionamentos extra-trabalho. O fato de eu não trabalhar também impossibilita qualquer outro tipo de relacionamento.

Viver assim, longe de tudo que você conhece e de todos que você ama, é muito difícil, mas também temos que ver o seu lado positivo: conhecemos outras cidades, outras culturas, outras pessoas. Mas, principalmente, desenvolvemos a capacidade de nos bastar! Desenvolvemos o companheirismo, a cumplicidade e aprendemos a nos divertir e aproveitar pelos olhos do João, com programas de entretenimento que o envolvam e o interessem.

Claro que as vezes queremos sair só nós dois! Tomar um chope sem se preocupar em quantos minutos o João ficará entediado, sem ficar imaginando milhares de atividades para ele, conversar por mais de trinta segundos sem ser interrompidos (mesmo que o assunto seja ele rsrsrs) ou sem deixar um rim no parquinho do shopping (é... o preço do parquinho é o mesmo da pizza + vinho)

Mas não é a hora! Não é o momento! E vivemos plenamente felizes esse momento! Vivemos integralmente para ele! Só que, não ter um contato extra papai e mamãe na agenda da escola faz vermos o quanto é difícil viver longe de tudo e de todos!

E qual será o plano B? Não sei... Quando souber eu conto...

Nós três, no aniversário de 1 ano do João Guilherme!

Xêru grande!

Carol Franco

9 comentários:

  1. É amiga, a vida longe não é nada fácil..
    Mas devemos acreditar que tudo tem um propósito!
    Tenho certeza que de alguma forma vale a pena..
    E a vida não é fácil pra ninguém.. Temos que aprender a viver com esses desígnios..
    Paciência e oração, esse é o meu mantra!
    A dor da saudade é grande, a distância é imensa, mas as escolhas foram feitas.. E só temos que rezar para que as escolhas terem sido feitas realmente no caminho certo..
    Dessa vida nada levamos e quando achamos que controlamos algo, Ele nos mostra que não é bem assim..
    Compartilho a mesma dor que vc.. Mas acredite, com o tempo tudo melhora..
    Já se vão 2,5 anos de canada, mais 4 de vitória.. E parece que eu sai ontem da terra do sol, que ia pra PF no fds, caranguejos nas quintas, café na padaria no final da tarde, caminhada na BM... Ah saudade imensa!!
    Força na peruca!!!
    Mas devo confessar que as vezes queria que não fosse assim tão dolorido..
    Te amo, amiga!
    Bjs

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    1. Amiga, cada palavra que escrevi desse texto pensei em você. Porque de todos que moram longe, você bateu recordes! Mas é também na sua força e no seu otimismo que me inspiro nos dias mais difíceis! Saudades de tudo, especialmente dos nossos cafés da tarde! Te amo! Xêru

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  2. Ainda não tenho a preocupação do cadastro na escolinha, mas imagino que essa é apenas mais uma constatação dessas problemáticas de morar longe! Cada vez mais essa é uma realidade nossa! Já estou longe da terrinha há 5 anos! E parece que foi ontem!
    Devo confessar que me imponho olhar para o lado positivo dessa distância e pouco olho pra trás pra ver o outro lado! Tenho consciência de que quando o casal passa a ser três essas dificuldades aumentam! Mas, como falou a Tati, temos que acreditar que as escolhas foram as melhores que poderiam ser....
    Amo você, amiga!!!! Beijos enormes!!!!

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    1. Temos que olhar sempre para o lado positivo, amiga! Se não a gente pira! Mas dias ruins também fazem parte, nos fazem refletir e crescer! Espero que essa preocupação do cadastro da escolinha chegue logo para vocês! Serão papais maravilhosos! Te amo! Xêru

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  3. Acho que todas , estou a mais perto da terrinha, mas trabalho, filho, e a própria rotina da vida, faz com que não consiga ir tanto a nossa terra como queria!! Entretanto, como todas falaram são escolhas e propósitos que a vida nos da, graças a Deus temos que formamos uma família sólida, , companheiro que faz C que não seja tão dolorido!!!!
    Mas sempre tem dia que a saudade aperta!!!
    Beijooo
    Lindo ppst Loritas!!!!

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    1. Sei que a saudade da terrinha é difícil, amiga! Nossa família é nosso tudo! Mas ao menos você tem a família do Paulinho por perto! Bem ou mal, na hora do pega pra capá é sempre bom sabermos que temos alguém! Saudades de vocês! Te amo! Xêru

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  4. Oi Carol, eu sou de SC hoje moro em Porto Alegre mas morei em SP dois anos e na época minha filha tinha 3 anos, eu tbm tinha crises de enxaqueca como vc, as crises aconteciam à noite e para não levar minha filha, meu marido ficava com ela e eu pegava um táxi, ficava no soro e depois voltava...mas eu do contrário sempre gostei de morar mais longe, pq quando se fica muito perto da família, acabamos nos envolvendo com os problemas deles, o casal viver sua vida longe de todos acaba tendo mais cumplicidade. Eu quando cheguei em Porto Alegre procurei um neurologista, fiz todos os exames para constatar que era enxaqueca mesmo, então comecei o tratamento e mudei minha alimentação q ajudou muito... Bjs!

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    1. Oi, Patrícia! Sem dúvidas morar longe tem seus benefícios e a cumplicidade que se constrói entre o casal é uma benção. Mas eu sinto muita falta de estar perto da família... Quanto às minhas enxaquecas, já tive muito, já fiz tratamento e hoje são bem raras. Acho que a última já tem quase um ano, graças a Deus! Que bom que você também encontrou o equilíbrio! Ninguém merece enxaqueca. Só sabe quem tem! Xêru

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  5. Oi Carol, eu sou de SC hoje moro em Porto Alegre mas morei em SP dois anos e na época minha filha tinha 3 anos, eu tbm tinha crises de enxaqueca como vc, as crises aconteciam à noite e para não levar minha filha, meu marido ficava com ela e eu pegava um táxi, ficava no soro e depois voltava...mas eu do contrário sempre gostei de morar mais longe, pq quando se fica muito perto da família, acabamos nos envolvendo com os problemas deles, o casal viver sua vida longe de todos acaba tendo mais cumplicidade. Eu quando cheguei em Porto Alegre procurei um neurologista, fiz todos os exames para constatar que era enxaqueca mesmo, então comecei o tratamento e mudei minha alimentação q ajudou muito... Bjs!

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